Olympe de
Gouges é uma das personagens mais estudadas da Revolução Francesa e considerada
a pessoa que melhor encarnou os princípios igualitários e progressistas da
revolução.
Marie Gouze nasce em 1748 em Montauban, França. Filha de uma família modesta, seu pai era açougueiro e a mãe, serviçal. Aos 16 anos, casa-se com um homem muito mais velho. Um ano depois, ela dá à luz seu único filho. O matrimônio não dura muito. Logo em seguida ao parto, fica viúva.
Desde então ela resiste às pressões familiares e se opõe a um novo casamento. "O casamento é o túmulo da confiança e do amor", dizia. A vida conjugal a impediria de levar adiante seu projeto: queria ser uma mulher de letras. Muda-se para Paris, onde seu amante, Jacques Bétrix, lhe garante uma certa renda. A mudança não é apenas de cidade. Ela passa a chamar-se Olympe de Gouges.
Nos salões de arte, ela encontra os maiores nomes da literatura e da filosofia francesa.
Independente, abraça as causas mais diversas, como a abolição dos escravos e a emancipação das mulheres, a construção de orfanatos e maternidades para mães solteiras, a instituição do divórcio e a criação de um teatro para a dramaturgia feminina. Escreve 30 peças teatrais e seu primeiro trabalho é lido na Comédia Francesa, porém jamais é montado.
O ano de 1788 é marcado pela convocação da assembléia dos Estados Gerais. Nobreza, clero e terceiro estado são convidados a sugerir reformas para apaziguar o clima de insatisfação que está tomando conta do país. Olympe de Gouze tem 40 anos e atende ao chamado. De agora em diante, sua vida seriam a política e as leis.
Entre 1788 e 1793, é a única mulher a testemunhar os principais episódios que culminariam na Revolução Francesa e a escrever, no calor da hora, sobre eles. Ela sacrifica sua fortuna e sua vida dedicada às artes para inundar Paris com cartazes, panfletos e tratados políticos e se torna uma das figuras mais emblemáticas da revolução.
Sua paixão é tamanha que um texto dessa época a imortaliza. É a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (1791). Ela remete a declaração à Assembléia Nacional, com o pedido de que fosse decretada como fundamento da Constituição do país. Ela acredita que não há revolução sem as mulheres.
Mas a intolerância dos regimes - a Monarquia e depois a Convenção - não aceita seu espírito libertário. Revoltada com o regime de terror implantado pelos revolucionários, ela ataca duramente Marat e Robespierre, que passam a considerá-la "perigosa demais". Seu envolvimento com a política provoca antipatia e perseguição até no meio intelectual que a acolhera. Sua coragem é chamada de loucura e heresia. Mas Olympe de Gouges defende seu ideal até o sacrifício de sua vida.
Ela morre guilhotinada em Paris, no dia 3 de novembro de 1793. Antes ela afirmaria: "A mulher tem o direito de subir ao cadafalso, ela deve ter igualmente o direito de subir à tribuna." Nesse ano, as associações de mulheres são proibidas na França.
No dia seguinte à sua execução, o jornalista de Le Moniteur, Chaumette, lhe dedica a seguinte homenagem: "Lembrem-se de Olympe de Gouges, a primeira a instituir as associações de mulheres e que abandonou os cuidados do lar para se intrometer na República, de quem a cabeça rolou sob o ferro vingador das leis."
Marie Gouze nasce em 1748 em Montauban, França. Filha de uma família modesta, seu pai era açougueiro e a mãe, serviçal. Aos 16 anos, casa-se com um homem muito mais velho. Um ano depois, ela dá à luz seu único filho. O matrimônio não dura muito. Logo em seguida ao parto, fica viúva.
Desde então ela resiste às pressões familiares e se opõe a um novo casamento. "O casamento é o túmulo da confiança e do amor", dizia. A vida conjugal a impediria de levar adiante seu projeto: queria ser uma mulher de letras. Muda-se para Paris, onde seu amante, Jacques Bétrix, lhe garante uma certa renda. A mudança não é apenas de cidade. Ela passa a chamar-se Olympe de Gouges.
Nos salões de arte, ela encontra os maiores nomes da literatura e da filosofia francesa.
Independente, abraça as causas mais diversas, como a abolição dos escravos e a emancipação das mulheres, a construção de orfanatos e maternidades para mães solteiras, a instituição do divórcio e a criação de um teatro para a dramaturgia feminina. Escreve 30 peças teatrais e seu primeiro trabalho é lido na Comédia Francesa, porém jamais é montado.
O ano de 1788 é marcado pela convocação da assembléia dos Estados Gerais. Nobreza, clero e terceiro estado são convidados a sugerir reformas para apaziguar o clima de insatisfação que está tomando conta do país. Olympe de Gouze tem 40 anos e atende ao chamado. De agora em diante, sua vida seriam a política e as leis.
Entre 1788 e 1793, é a única mulher a testemunhar os principais episódios que culminariam na Revolução Francesa e a escrever, no calor da hora, sobre eles. Ela sacrifica sua fortuna e sua vida dedicada às artes para inundar Paris com cartazes, panfletos e tratados políticos e se torna uma das figuras mais emblemáticas da revolução.
Sua paixão é tamanha que um texto dessa época a imortaliza. É a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (1791). Ela remete a declaração à Assembléia Nacional, com o pedido de que fosse decretada como fundamento da Constituição do país. Ela acredita que não há revolução sem as mulheres.
Mas a intolerância dos regimes - a Monarquia e depois a Convenção - não aceita seu espírito libertário. Revoltada com o regime de terror implantado pelos revolucionários, ela ataca duramente Marat e Robespierre, que passam a considerá-la "perigosa demais". Seu envolvimento com a política provoca antipatia e perseguição até no meio intelectual que a acolhera. Sua coragem é chamada de loucura e heresia. Mas Olympe de Gouges defende seu ideal até o sacrifício de sua vida.
Ela morre guilhotinada em Paris, no dia 3 de novembro de 1793. Antes ela afirmaria: "A mulher tem o direito de subir ao cadafalso, ela deve ter igualmente o direito de subir à tribuna." Nesse ano, as associações de mulheres são proibidas na França.
No dia seguinte à sua execução, o jornalista de Le Moniteur, Chaumette, lhe dedica a seguinte homenagem: "Lembrem-se de Olympe de Gouges, a primeira a instituir as associações de mulheres e que abandonou os cuidados do lar para se intrometer na República, de quem a cabeça rolou sob o ferro vingador das leis."
Texto:
extraído da edição do mês de julho boletim eletrônico observatório da mulher www.observatoriodamulher.org.br
Assinado
por Rogério Mello
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